Segundo assessor de Quércia, o velório será realizado no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, a partir das 14h. O enterro está marcado para amanhã, às 9h, no Cemitério do Morumbi.
A morte do ex-governador de São Paulo ocorreu por causa de uma falência múltipla dos órgãos em decorrência do câncer. A doença teve início no intestino. De acordo com o médico Raul Cutait, Quércia respondeu bem ao tratamento com quimioterapia, mas depois de alguns meses o câncer voltou. "Esse câncer foi de manifestação rara e agressiva. Não havia mais nada a fazer", afirmou.
Por meio de uma nota de pesar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Quércia. "Nem sempre estivemos do mesmo lado na política, mas Quércia sempre foi da ala dos desenvolvimentistas, que pensam o País para além de seu tempo. Sua eleição para o Senado em 1974 foi um marco na luta pelo restabelecimento da democracia. Nesse momento triste, presto minha solidariedade a sua família, seus amigos e correligionários"
O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi nesta manhã ao Sírio-Libanês prestar solidariedade à família do ex-governador do Estado. “Quércia foi uma pessoa muito importante na história política do País e teve papel importante na redemocratização do Estado na época do bipartidarismo. É um momento em que eu tenho de prestar carinho à família e temos de pedir orações a eles.” Alckmin comentou ainda a última vez em que visitou Quércia. “Estive com ele dois dias atrás e ele já não reconhecia as pessoas, estava bem debilitado.”
Foto: AE
O governador eleito em São Paulo, Geraldo Alckmin, vai ao hospital prestar solidariedade à família
Carreira política
Orestes Quércia iniciou sua carreira política ao ser eleito vereador em Campinas pelo Partido Libertador em 1962. Extinto o pluripartidarismo optou pelo MDB sendo eleito deputado estadual em 1966 e prefeito de Campinas em 1968. Em relação à sua administração o Dicionário Histórico e Bibliográfico Brasileiro (DHBB) da Fundação Getúlio Vargas destaca o seguinte:.Após eleger seu sucessor em 1972 passou a organizar diretórios do MDB pelo interior paulista e disputou a convenção do partido como candidato ao Senado Federal vencendo a disputa com Lino de Matos e Samir Achôa. Em 1974, foi eleito senador derrotando Carvalho Pinto que disputava a reeleição pela ARENA e era apontado como favorito. Na tribuna foi crítico da política econômica do governo Ernesto Geisel e em 1977 foi noticiada a ocorrência de casos de corrupção quando de sua passagem pela prefeitura de Campinas, porém tais afirmações não foram comprovadas. Com o retorno ao pluripartidarismo ingressou no PMDB em 1980 e declarou-se candidato à sucessão do governador Paulo Maluf em fevereiro de 1981, posição que manteria até que um acordo de última hora o fez candidato a vice-governador na chapa de Franco Montoro.
Em 1982 foi eleito vice-governador de São Paulo, mas ao contrário da imagem de unidade partidária apresentada durante a campanha, foi adversário constante de políticos peemedebistas ligados ao governador, não conseguindo, porém impedir a nomeação do deputado federal Mário Covas como prefeito de São Paulo em 1983 e a eleição do senador Fernando Henrique Cardoso à presidência do diretório estadual do PMDB naquele mesmo ano. Foi adepto das Diretas Já e da campanha vitoriosa de Tancredo Neves rumo à Presidência em 1985, ano em que se casou com a médica Alaíde Cristina Barbosa Ulson. Nesse ponto estava em curso sua candidatura a governador em 1986.
Após a vitória do ex-presidente Jânio Quadros (PTB) sobre Fernando Henrique Cardoso nas em novembro daquele ano Orestes Quércia viu aumentar seu controle sobre o PMDB num movimento denominado de "quercismo" que garantiu sua indicação como candidato a governador apesar das dissidências internas. Candidato numa eleição inicialmente polarizada entre o deputado Paulo Maluf e o empresário Antônio Ermírio de Morais e ainda contava com a participação do deputado Eduardo Suplicy, iniciou o embate com índices baixos nas pesquisas de opinião, entretanto manteve sua candidatura e afinal sagrou-se vitorioso. Seu governo foi responsável pela privatização da VASP em 1990, ano em que elegeu Luiz Antônio Fleury Filho como seu sucessor.
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